sábado, 7 de maio de 2011

MÂES EXTRAORDINÁRIAS



O jovem andava pela rua quando deparou com um homem caído.

Inexperiente, mas com enorme coração, chamou um táxi, colocou nele o homem e pediu para rumar ao hospital.

Ao chegar lá, descobriu que não tinha dinheiro para pagar a corrida.

O taxista lhe disse:

Quem é este homem que você vem trazendo ao hospital?

Não sei, respondeu o moço. Encontrei-o caído na rua e pensei em dar socorro.

Bom, respondeu o profissional, se você pode ajudar a quem não conhece, eu também posso. A corrida fica por minha conta.

O homem, ainda inconsciente, foi colocado em uma maca. Mas aí, os problemas começaram.

O moço não sabia o nome dele, nem endereço, nem se tinha plano de saúde. Nada.

Afinal, como disse à recepcionista, eu não mexi nos bolsos dele. Só pensei em socorrer.

Bom, se ele não é seu parente, não é seu conhecido, quem vai se responsabilizar pelos custos do atendimento que for necessário?

Não sei, falou o rapaz. Eu não tenho condições. Só sei que ele precisa de atendimento. Não pode ficar aí, sem que ninguém o socorra.

A questão era simples, segundo a moça. Ele devia depositar um valor em caução e o restante poderia ser ajustado, mais tarde.

Enquanto tentava explicar que não tinha dinheiro, e quase suplicava para que o seu socorrido fosse atendido, um médico adentrou o hospital.

Fale com ele, disse a moça. É o diretor. Se ele autorizar...

E assim foi. Ciente do que estava acontecendo, o médico de imediato diligenciou para que o homem adentrasse o hospital e passasse a receber atendimento.

Na seqüência, pediu ao jovem que fosse ao seu escritório.

Quando o rapaz entrou na sala, encantou-se com um quadro, em tamanho natural, de uma senhora, de olhos expressivos, belíssima.

Quem é? - perguntou.

O diretor, sentando-se, contou: Minha mãe. Ela era uma mulher pobre. Lavando e passando roupa, conseguiu que eu me tornasse médico.

Ela já morreu. Mas conseguiu o seu propósito: formei-me em Medicina e como vê, hoje sou o Diretor Geral deste grande hospital.

Quem diria... O pobre filho de uma lavadeira. Mas essa mulher extraordinária, não somente conseguiu que eu alcançasse o diploma.

Ela me deu lições de sabedoria e de vida. No dia em que me formei, ela me recomendou:

"Filho, faça o bem quanto possa. Use o seu saber, como médico, para salvar vidas."

Por isso, meu jovem, quem chega neste hospital, é atendido, como está sendo aquele homem que você recolheu na rua.

Depois veremos se ele tem ou não dinheiro para pagar.

Em memória de minha mãe, dessa mulher excepcional que tanto trabalhou para que eu me tornasse médico, jamais deixarei que alguém morra à porta de meu hospital.

Atendo e atenderei sempre, da melhor forma possível, pagantes e não pagantes. Não poderia deixar de atender a um pedido de minha mãe.

Toda mãe é uma educadora. Algumas lecionam matérias para o dia a dia dos seus filhos. Ensinam a se portar, mandam o filho para escola, alimentam-no. Outras, e são essas as mães extraordinárias, renunciam a tudo pelo bem dos seus rebentos.

Transmitem lições para a vida imperecível. Não pensam somente no bem-estar físico dos filhos. Vão além. Trabalham e estabelecem lições para a vida do Espírito.

Elas desejam que seus filhos sejam felizes agora, no hoje, na Terra, e no Além, quando abandonarem o casulo carnal.

Essas mães... Essas mães são mesmo extraordinárias.
 

Autor:
Redação do Momento Espírita, 

domingo, 1 de maio de 2011

"A nobreza de um gesto"

 


Habitualmente falamos que somente coisas ruins ganham manchete. Que notícia boa não é veiculada porque não vende nem jornal, nem revista.

No entanto, por vezes, um gesto nobre ganha o noticiário internacional.

Assim aconteceu com um palestino que virou manchete mundial. Ele não protagonizou nenhum dos conflitos que têm abalado as relações e a paz dos povos do Oriente.

O mecânico Esmael Khatib deu uma verdadeira lição de fraternidade ao doar os órgãos de seu filho Ahmed a pacientes israelenses, que necessitavam de transplantes.

O palestino teve seu filho, de apenas 12 anos, alvejado por soldados de Israel, durante uma operação de busca no campo de refugiados de Jenin.

O mecânico optou pela doação, inspirado pela perda de seu irmão, de 24 anos, que, não resistindo à longa espera por um transplante de fígado, veio a morrer.

Entre os beneficiados pelo gesto do palestino se encontravam um bebê de 7 meses e uma mulher de 58 anos.

Alguns eram judeus, árabes-israelenses e uma garota de origem drusa.

Conforme reproduziu o jornal Folha de São Paulo, Khatib teria dito:

Eu me sinto bem pensando que os órgãos de meu filho estão ajudando seis israelenses.

Acredito que o meu filho está agora no coração de todo israelense.

O fato repercutiu pelo Mundo, exatamente pelos conflitos que envolvem as nações em questão.

Tanto mais que o menino fora morto por israelenses.

O fato é que, aquele pai, dolorido pela separação violenta do filho amado, encontra forças para beneficiar pessoas.

Não indaga se pertencem à sua mesma nação, ao seu povo, à sua família.

Não pergunta se são amigos ou inimigos. Simplesmente doa. Um gesto de humanidade, uma ação altruísta.

A nota nos remete aos versos do sublime Galileu há mais de dois milênios: Ama o teu próximo... Faze o bem a quem te persegue... Ama o teu inimigo.

Em nosso Brasil, embora as campanhas promovidas e a facilidade que se tem para doar órgãos, ainda é muito grande a fila de espera.

Algumas estatísticas apontam que chega a 60 mil o número, em nosso país, dos que se encontram aguardando transplantes.

A doação de órgão não é contrária às leis da natureza, porque beneficia a vida.

Os doadores colaboram com a vida. O Espírito se liberta da carne e permite a outros o retorno da visão, a desvinculação de procedimentos morosos e dolorosos.

Permite que um pai retorne ao lar, que o profissional retome atividades interrompidas, que o jovem volte a tecer sonhos de estudo e produtividade.

Aqui, é a bomba cardíaca que torna a regularizar seu ritmo; ali é um fígado que volta a funcionar; além é um pulmão que se enche de ar, insuflando vida.

Beneficiados os que recebem as doações dos órgãos. Abençoados por Deus os que se fazem doadores da esperança e da vida que estua.

Pense nisso.
 

Autor:
Redação do Momento Espírita, a partir de notícia publicada no Jornal Folha de São Paulo, datado de 8 de novembro de 2005.